Falling Skies é um belo exemplo de como dar um salto evolutivo de uma temporada para outra, pois o quanto de morna teve a primeira foi o quanto de melhora teve nessa segunda. Até os personagens mais falhos e difíceis de aguentar se tornaram algo bem mais atrativo, e também a história que finalmente começou a desdobrar e não se resume mais ao esforço diário de salvar alguém da família Mason. Destaque é claro para a excelente inserção que fizeram até de “skitters” rebeldes e um Tom Mason um pouco mais passional.
Retomado praticamente de onde parou, de início já vemos que certas coisas mudaram: o Ben deixou de ser um pobre garoto sem o arreio e virou um soldado de alto desempenho, parte disso graças ao que sobrou do arreio no garoto e outra parte vindo do ódio extremo que o garoto vem nutrindo contra os aliens; Pope ainda é aquele que vai de contra a tudo; Tom volta, e o que houve com ele na nave dos aliens é mostrado ao longo do episódio, em flashbacks, nos deixando mais ansiosos pelo próximo; Hal retornou como uma peça mais funcional na 2nd Mass do que o fiel servidor do pai, mas claramente se sentia ameaçado pelo irmão e suas “super capacidades”, além de começar a desenvolver certa relação com Maggie. Fora estas reapresentações, a premiere serviu mais como um chamativo para o que estava por vir, com muitas cenas de ação, as primeiras aparições do Skitter de olho vermelho e explosões.
Somente no terceiro episódio vemos a que finalmente a temporada viria a se direcionar: a viagem para Charleston. Uma mulher em um avião vem avisar que existe um grande aglomerado de pessoas que tentam reestruturar a raça humana e, apesar de duvidosos, após a morte de Jimmy, partem para a sonhada cidade. Foi exatamente esta “busca” por Charleston que deu uma melhorada na temporada, algo como ter um objetivo e não ficar vagando aleatoriamente por um roteiro incerto. Aqui também a série joga Pope para fora da 2nd Mass e devo dizer, foi ótimo. O personagem que deveria funcionar como o anti-Tom serviu somente pra causar chatices na trama. Em certos momentos o personagem funciona bem, como é visto mais a frente na temporada, mas até aqui ele foi somente o chato da turma que ninguém gosta.
A temporada ganha seu ápice no trio dos episódios 2x05, 2x06 e 2x07 onde o “olho vermelho” se apresenta como o líder dos Skitters rebeldes e conta sua história: assim como os humanos, os Skitters foram dominados pelos Soberanos, tendo sua raça dizimada e suas crianças arreadas para servirem de escravos. Os que mantêm certa consciência se rebelaram e agora oferecem uma aliança aos humanos. Claro que a notícia não é tão bem recebida pela maioria, até Tom fica duvidoso da situação e somente Ben acredita totalmente. Pra mim este é o melhor ponto inserido pela série, que Skitters são apenas escravos e sofreram o mesmo que os humanos.
Karen retorna à 2nd Mass após ser encontrada sem arreio em uma floresta, e sua volta só vem pra bagunçar com todos ali: além de causar um belo abalo na relação que vinha se formando entre Hal e Maggie, a garota ilude Ben a fugir com ela para ir atrás dos Skitters rebeldes. Tom já tem outros problemas com Weaver contraindo uma infecção misteriosa do corte que sofreu e ter todo o peso de comandar tudo por contra própria. Considero os eventos desse episódio algo bom para o personagem, onde ele descobre todo o peso de comandar tudo. Ben vinha confrontando seu irmão em vários momentos durante a temporada e tudo culmina em um confronto mais sério quando ele foge com Karen, chegando a deixar Hal inconsciente e partir com a garota que se revela mais traiçoeira do que suspeitavam. Seu plano era levar Ben até o Soberano para descobrir onde estavam os Skitters rebeldes. O plano todo é frustrado por Tom, avisado por ninguém menos que Pope, que acaba capturando o Soberano e o leva ao hospital que serviu de abrigo para 2nd Mass.
Devo dizer que adorei a incapacidade do Soberano de se defender de uma simples arma, mostrando que eles são tão frágeis quanto os humanos. Apenas imagino a ótima sensação de ter a vida de seu inimigo em suas mãos e entendo a força que Tom precisou fazer pra não colocar logo uma bala em seu cérebro (se tiver um). Cercados e com uma fuga bem planejada a 2nd Mass sai viva de toda a situação e ainda consegue ferir o Soberano quando Tom, em um momento de fúria, dispara contra seu rosto (adorei ver ele se contorcendo de dor, cena muito bem feita). Ali no hospital a 2nd Mass teve mais uma baixa, que considero insignificante: Jamil. Além de morrer e transformar Lourdes em uma chata, qual foi a função do personagem? Tom também teve que se despedir de Ben, por causa de tudo que ocorreu ele não se sente mais bem em continuar junto com o grupo e decide partir para junto dos Skitters rebeldes. Toda a construção da cena onde Tom de despede do filho foi soberbo, um pai protetor precisar se separar do filho é algo complicado, e sem a evolução que o personagem sofreu talvez essa cena ficasse forçada.
Com um episódio onde o drama serve somente para prolongar tudo, porém de maneira bem mais correta, Maggie é atentada por Pope e acaba contando todo seu passado para Hal, que claramente não lida muito bem com tudo isso. Enquanto isso, em outro carro o foco volta-se para Matt e uma criança sem arreio encontrada no meio do caminho, onde aqui o papel do personagem fica contrário ao último foco que recebeu: ele se mostra ainda criança e sente falta de ter outras crianças por perto. Matt claramente vive em um mundo de adultos e isso o afeta, mas ainda é uma criança mesmo que não queira.
Em um final de dois episódios, a grande esperança da 2nd Mass se realiza e eles chegam a Charleston. Todos ali se tornaram passivos diante de toda a situação alien, é como se nem existisse invasão alguma, todos com medo da figura central que propiciou todo aquele lugar: Arthur Manchester, interpretado de forma magnífica por Terry O’Quinn, que está mais preocupado com política de um mundo destruído do que conquistá-lo de volta. Como se não bastasse isso, Arthur obriga a 2nd Mass a permanecer em Charleston sem lutar, mas nada impede o grupo quando o “olho vermelho” surge e revela um plano perfeito para eliminar o Soberano.
O plano funciona por um tempo, mas todos são capturados e Dra. Glass revela a Tom que está grávida dele. É impossível não se lembrar de The Walking Dead nesse momento e não comparar como uma nova criança vindo à vida é tratada. Enquanto no apocalipse zumbi tudo é tratado como um peso, algo que irá atrapalhar, aqui é levado como a esperança que precisavam, a motivação de devolver à aquela criança o mundo. O dia é salvo pelos Skitters rebeldes, e com uma ajudinha do Tom o Skitter de olho vermelho mata o Soberano, mas acaba morrendo junto, além de Dai também perecer. O plano funcionou, a arma que estava desenvolvendo ali explode e mais uma vez a 2nd Mass sai vitoriosa e retorna com glórias.
Após todas essas voltas, viagens e muitas batalhas, Falling Skies encerrou a segunda temporada em ótima forma, tanto que lhe garantiu uma terceira. Dentre algumas falhas, algumas até mesmo ali nas cenas finais com Ben agora voltando para a 2nd Mass, a temporada se destaca mais por acertar a mão na maioria das coisas e as cenas finais do “season finale” prometem muito mais. Seriam os novos aliens amigos ou inimigos? O jeito é esperar a “Summer Season” voltar pra saber.
Escrito por Juan Lopes
Acesse o Artigo Original: http://caldeiraodeseries.blogspot.com/2012/09/comentando-falling-skies-2-temporada.html#ixzz26SgqRVkE
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