Lançamento | 16 de abril de 2015 (1h54min) |
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Dirigido por | Neill Blomkamp |
Com | Sharlto Copley, Dev Patel, Hugh Jackman mais |
Gênero | Ficção científica , Ação |
Nacionalidade | EUA , México |
Média IMDB: 7,0
Crítica Dj alma: Um filme muito bom com drama, ação e muitas risadas. O robô é muto simpático e nos prende na trama. Atores consagrados recheiam o miolo do filme que ainda conta mais com o velho e bom Hugh Jackman como vilão. Nota 10,0.
Chappie (2015)
Não recomendado para menores de 16 anos
Em um futuro próximo, a África do Sul decidiu substituir os seus policiais humanos por uma frota de robôs ultra resistentes e dotados de inteligência artificial. O criador destes modelos, o brilhante cientista Deon (Dev Patel), sonha em embutir emoções nos robôs, mas a diretora da empresa de segurança (Sigourney Weaver) desaprova a ideia. Um dia, ele rouba um modelo defeituoso e faz experiências nele, até conseguir criar Chappie (Sharlto Copley), um robô capaz de pensar e aprender por conta própria. Mas Chappie é roubado por um grupo de ladrões que precisa da ajuda para um assalto a banco. Quando Vincent (Hugh Jackman), um engenheiro rival de Deon, decide sabotar as experiências do colega de trabalho, a segurança do país e o futuro de Chappie correm riscos.
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CRÍTICA | CHAPPIE
Além da nossa carga genética, o meio em que estamos inseridos é o grande responsável por moldar nosso caráter. Aparentemente este era pra ser a principal metáfora de Chappie, mas a ficção científica neste filme fica em segundo plano, servindo apenas de gancho para cenas de ação espetaculosas.
Texto inicialmente publicado no Art Perceptions
O filme em questão é o terceiro longa metragem de Neill Blomkamp. O diretor sul-africano nos leva de volta a uma Johanesburgo distópica, onde policiais estão sendo gradativamente substituídos por robôs autômatos e logo no primeiro ato somos apresentados à primeira metáfora do filme: a utilização de robôs programados para combater o crime como uma alusão a uma polícia repressora e autoritária. Neste tema, não é difícil enxergar influências de Robocop e O Juiz (Judge Dredd).
Rapidamente, o segundo ato do filme segue seu próprio caminho fugindo das referências e se aproximando do conto escrito por Blomkamp – que gerou o argumento do filme. Mas assim como o próprio protagonista, o robô Chappie que busca de personalidade própria, o filme se perde.
As atuações deixaram a desejar. Dev Patel e Hugh Jackman, apesar de bons atores, não conseguiram dar brilho aos seus personagens idealista e ganancioso, respectivamente. A presença de Sigourney Weaver como a diretora da empresa TetraVaal chega a dar algum peso ao elenco, mas seu personagem é tão pouco desenvolvido em seu pouco tempo de tela que quase não faz muita diferença.
Outro destaque negativo é a presença no elenco de Ninja e Yo-Landi Visser, dois músicos que foram chamados para dar mais realismo ao filme, como o José Padilha fez em Tropa de Elite, por exemplo. No entanto, em Chappie, a inabilidade da dupla de não atores depõe contra o filme.
O único destaque positivo fica mesmo para os efeitos especiais, pois a movimentação de Chappie em tela, comportando-se e movimentando-se como um robô com a “malandragem das ruas”, são bem convincentes.
Apesar do bom trabalho audiovisual futurista, ciberpunk, pós-industrial, combinados com a utilização da câmera tremida, travelings e cortes rápidos – marcas registradas do diretor; o roteiro está cheio de furos, exigindo grande suspensão de descrença do espectador em aceitar as reviravoltas na história. E o que já estava ruim, piora no terceiro ato, onde ocorrem alguns Deus ex machina, artifício reduto de roteiristas em crises criativas e pecado mortal numa ficção científica que quer ser levada a sério.
Analisando os três filmes do diretor (Distrito 9, Elysium e Chappie), é fácil notar a grande qualidade audiovisual empregada. Entretanto também é possível perceber a queda de qualidade nos roteiros de Blomkamp. Vamos aguardar para ver se os rumores de que ele assumiria um filme da franquia Alien se concretizam. Apesar do comprovado potencial e talento, o diretor precisa se firmar repetindo ou superando o sucesso alcançado pelo seu filme de estréia.
Informações Técnicas
- Diretor: Neil Blomkamp
- Roteiro: Neil Blomkamp e Terri Tatchell
- Trilha Sonora: Hans Zimmer
- Gênero: Ação, Ficção Científica
- Ano: 2015
- Duração: 120 minutos
- Orçamento: U$49 milhões
- Elenco: Dev Patel, Hugh Jackman e Sigourney Weaver
FONTE: SUPERNOVA
Chappie
De boas intenções, o infer… digo… Hollywood está cheia. A capital do cinema tem sido alvo de duras críticas relacionadas à falta de criatividade das suas produções que, de uns (bons) anos pra cá, apegam-se a personagens e histórias devidamente estabelecidas no próprio cinema ou em outras mídias. Tal apego vem resultando numa enxurrada de longas que trazem nos cartazes protagonistas bem familiares, seja porque a “nova” obra é um remake, ou uma sequência, ou uma adaptação para as telas de um livro ou quadrinho.
É neste contexto que chega aos cinemas o promissor Chappie (EUA/México/África do Sul, 2015). Trazendo no pôster a figura de um robô que, de relance, sinaliza para um certo frescor, e o nome nada familiar de seu personagem principal, o longa dirigido por Neill Blomkamp (de Elysium) estreia no Brasil cercado por expectativas. Pena estas serem profundamente frustradas.
O grande problema de Chappie está na escolha de Blomkamp e de Terri Tatchell, que escreveu o roteiro ao lado do diretor sul-africano, para o direcionamento da trama. Ambientado num futuro bem próximo (2016, para ser mais exato), Chappie aponta para um caminho que, no campo da ficção-científica, mostrou-se seguro e rico em obras anteriores: a presença da inteligência artificial num futuro distópico e o risco de tão avançada tecnologia ao homem.
Joanesburgo está mergulhada numa séria crise social, que leva a altíssimos índices de violência. O contingente humano não dá conta e sofre baixas. Cabe à força policial buscar alternativas na robótica e, em pouco tempo, os robôs desenvolvidos pelo engenheiro Deon Wilson (Dev Patel, de Quem Quer Ser um Milionário?) passam a patrulhar as ruas e tornam-se uma eficiente arma no combate à criminalidade.
Acontece que Deon é ambicioso e seu interesse pela inteligência artificial não se limita à criação de “soldados mecânicos”: seu desejo é levar seu conhecimento na área a um novo nível, ao ponto de criar máquinas que são capazes de pensar e sentir de forma independente. Impedido por Michelle Bradley (Sigourney Weaver, deAvatar), sua chefe, que não vê como isso beneficiaria a empresa por ela comandada, Deon decide realizar o experimento clandestinamente, utilizando uma unidade que estava prestes a ser desativada. O trabalho é bem sucedido e o engenheiro dá vida a Chappie (voz de Sharlto Copley, de Oldboy – Dias de Vingança). No entanto, o triunfo científico pode tornar-se uma séria ameaça quando Deon é sequestrado por uma dupla de malfeitores, que deseja usar Chappie num roubo a banco, com o objetivo de obter uma grana para quitar a alta dívida com um perigoso traficante.
O que poderia resultar numa contundente reflexão sobre diferentes perspectivas relacionadas à presença da inteligência artificial no cotidiano, ou sobre a questão “androides sonham com ovelhas elétricas?”, feita por Philip K. Dick, no título do clássico que originou o longa Blade Runner – O Caçador de Androides (Ridley Scott, 1982), perde-se num filme esquizofrênico que, em momento algum, decide-se pela ingenuidade feita sob medida para divertir a família, ou pela maturidade intelectual e violência ao gosto dos adultos. Esta indefinição de Chappieconfunde o espectador que, no fim, terá assistido a uma colagem de tudo que já foi visto em algum momento no cinema, desde a solidão ingênua de Wall-E (Andrew Stanton, 2008), passando pela brutalidade e estética deRobocop (Paul Verhoeven, 1987), chegando, inclusive, ao cotidiano de uma família nada ortodoxa de Três Solteirões e um Bebê (Leonard Nimoy, 1987). Pois é: se você depositava em Chappie a esperança de ver algo novo na telona, guarde-a para uma outra ocasião.
Triste mesmo é pressentir o iminente e precoce crepúsculo de mais um promissor cineasta. Após uma estreia arrebatadora com o excelente Distrito 9, Neill Blomkamp deu uma derrapada em seu segundo longa, Elysium, uma produção que também gerou enormes expectativas na ocasião de seu lançamento. Longe de ser um completo desastre (o filme até que começa muito bem, mas vacila em sua segunda metade), Elysium não é tão querido nem pelo próprio Blomkamp, que admitiu ter pesado a mão na obra. Pelo visto, a lição não foi aprendida, já que Chappie consegue ser ainda pior do que o longa de 2013.
Como tudo que é ruim pode ficar ainda pior, o elenco não ajuda. A maravilhosa Sigourney Weaver está desperdiçada num papel abaixo de seu talento, Hugh Jackman (de X-Men – Dias de um Futuro Esquecido) faz um vilão que, de tão cartunesco e canastrão, causa mais simpatia do que repulsa, e Dev Patel, apesar de ser o que menos compromete, entrega uma interpretação tão ingênua que, sempre ao sair de cena, parece uma criança que acabou de levar uma surra de algum bully e está correndo para o colo da mamãe aos prantos. Mas o pior fica por conta de Ninja e Yo-Landi, rappers de sucesso na África do Sul, que compõem a dupla Die Antwoord. Na pele dos bandidos que sequestram e, por fim, adotam Chappie, os cantores representam um verdadeiro desastre em tela. Curiosamente, os rappers emprestam seus verdadeiros nomes aos personagens que interpretam, utilizam, em boa parte das cenas, camisetas com o nome e a imagem da dupla estampados e ainda têm suas canções na trilha musical do longa. Uma descarada autopromoção, que sacrifica a arte de se fazer um bom filme em favor da propaganda de um produto ruim.
No geral, Chappie é um desperdício avassalador. Desperdiça-se grana num marketing caríssimo em benefício a uma dupla de rappers carente de talento; desperdiça-se a intenção de se fazer um filme memorável; desperdiça-se o precioso tempo de quem aprecia bons filmes; e desperdiça-se a expertise de um cineasta que está prestes a receber o nada lisonjeiro título de one-hit wonder. Uma pena!
FONTE: MUNDO BLA!
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