sábado, 18 de julho de 2015

HOMEM-FORMIGA - CRÍTICAS DA MÍDIA

Homem-Formiga (2015)
"Ant-Man" (original title)


A média IMDB dele já está em 8,1 e isso é bom em início de lançamento. Quando eu assistir eu posto tudo sobre o filme. 

Vamos ver aqui algumas críticas especializadas de quem assistiu o filmaço.

CRÍTICA SÉRIE MANÍACOS


Para começar, que tal colocarmos as cartas na mesa? Eu adoro o Homem-Formiga. É isso que você leu, eu adoro o herói que encolhe e fala com formigas. Principalmente o Scott Lang. Seja o arco do Darren Cross chicletão, seja o seu recente posto como líder do Quarteto Fantástico (que recomendo a todos, porque é simplesmente espetacular). Eu amo esse ladrão.
O novo lançamento da Marvel Studios segue as peripécias do ex-presidiário Scott Lang (Paul Rudd), um espertalhão cheio de carisma e coração. Lang quer convencer a sua ex-esposa de que está preparado para ser um pai melhor para a sua pequena filha, Cassie, mas o seu passado com o crime o impede de conseguir oportunidades de trabalho. Sem escolha aparente, Lang resolve voltar ao mundo dos assaltos, mas descobre que o homem que está tentando roubar é ninguém menos que o Dr. Hank Pym (Michael Douglas), um brilhante cientista e criador das Partículas Pym, capazes de fazer o seu usuário reduzir a própria massa corporal e ficar do tamanho de uma formiga. Então, junto do Dr. Pym e da sua filha Hope (Evangeline Lilly), Lang tem de impedir o magnata Darren Cross (Corey Stoll), que roubou a fórmula das Partículas Pym e pretende vende-la para compradores duvidosos, talvez causando o fim do mundo como o conhecemos.
Como podem julgar a partir do tamanho do texto, isto vai ser mais um testemunho sobre a produção do filme e o resultado do material final do que apenas uma crítica.        
Sobre a ascensão dos filmes de super-herói 
Embora eu vá ver todos eles no cinema, eu sinto um pouco de repulsa por filmes de super-heróis. Ou porque são sérios demais e exageram no disaster porn – O Homem de Aço é uma das piores coisas que eu, apaixonado por Grandes Astros: Superman, já vi – ou porque são semelhantes demais – no caso, os filmes da Marvel Studios –. Dou uma risadinha aqui e ali e abro um sorriso admirado de vez em quando, mas com a exceção de Guardiões da Galáxia, nenhum filme do Universo Cinematográfico que a Marvel está construindo é verdadeiramente bom para mim. Ah, e Demolidor, mas esse não é filme.
Sim, eu amo quadrinhos. Amava, na verdade. As melhores coisas que a Marvel vem produzindo nos últimos anos são concentradas em heróis menores e com clara influência do mercado independente (Gavião Arqueiro, Demolidor, Os Inimigos Superiores do Homem-Aranha, Ms. Marvel, etc.). Hoje eu vejo a cultura de elitização que se criou em torno de quem lê revistas de super-heróis e detesto tudo isso. Por alguma razão, as pessoas passaram a achar legal distanciar quem conheceu o herói x pelos filmes. Por alguma razão, as pessoas acham que a Marvel nunca erra e vibram com tudo que ela faz. “Porque é fiel aos quadrinhos”, eles dizem. Mas isso não é necessariamente bom.
Pessoalmente, eu não me interesso por sequências de ação. Parece estranho, mas eu realmente não sinto nada ao assistir o Hulk e o Homem de Ferro destruírem uma cidade na pancadaria. Mas eu me diverti muito com os diálogos da space opera do James Gunn. Então eu acabo sendo parte da turminha que ainda queria ver um Tony Stark complexo e alcoólatra, ao mesmo tempo em que sou daqueles que não quer que seja tudo sombrio e realista.
Mas ainda assim, uma boa parte da minha adolescência girou em torno de super-heróis. Até hoje amo os filmes dos X-Men – adorados pela crítica, desprezados pelos fãs, que provavelmente se sentiriam mais realizados ao ver um Magneto piadista – e do Homem-Aranha – Tobey Maguire foi um péssimo Cabeça de Teia, mas Sam Raimi dirigiu duas ótimas histórias –. Eu gosto muito mais dos filmes de super-heróis que não se prendem ao gênero e que inspiram ser bons filmes ao invés de boas adaptações. Ano que vem estaremos vendo os Melhores do Mundo se enfrentando numa noite chuvosa e trágica e eu estarei sentindo falta de Christopher Reeve e Michael Keaton e dos tempos de inocência.
Bem, agora que vocês já me odeiam mais um pouco, vamos começar. Se você está se perguntando porque eu acabei de dizer tudo isso, eu apenas queria ilustrar que, apesar de todos os pontos que levantei, eu estava genuinamente empolgado para a estreia de Homem-Formiga. Não apenas porque adoro o personagem, mas por um nome específico envolvido na produção: Edgar Wright.
Sobre Edgar Wright e a produção perturbada de Homem-Formiga
Acho que muitos que estão lendo esse texto sabem que antes de Peyton Reed assumir a direção do filme, o cineasta britânico Edgar Wright dedicou anos e anos da sua vida desenvolvendo o projeto. Parecia o trabalho perfeito, de verdade. Até os estúdios Marvel despedirem Wright. Aparentemente, porque o filme estava ‘britânico demais’.
Está bem, se você não conhece a filmografia de Wright, não deve ter entendido porque tantos ficaram revoltados com a demissão do sujeito. A questão é que o cinema mainstream estadunidense é extremamente limitado e o gênero que mais sofre disso, depois dos filmes de ação, são as comédias. São todas iguais, nenhuma delas usa técnicas de cinema para fazer humor. Se você escreve um argumento engraçado e todas as suas piadas dependem do texto, você não está aproveitando o que a sétima arte tem a oferecer. É só a gente lembrar o que o Vertov estava tentando fazer lá no final dos anos 20: separar completamente a recém-nascida arte cinematográfica da literatura e do teatro. Então, se você depende unicamente do seu roteiro e dos seus atores para me fazer rir, você não está aproveitando esta arte, porque não é algo que apenas o cinema pode fazer. Uma apresentação de stand-up ou uma comédia teatral podem fazer isso.
E Wright entende isso e trabalha com a comédia gráfica, com o humor visual.
Vamos usar como exemplo uma sequência do próprio Homem-Formiga para ilustrar o que eu quero dizer com comédia gráfica. Há no filme mais de um momento em que Michael Peña tem de narrar alguma conspiração caricata que envolve vários conhecidos seus. Ao invés de simplesmente colocar o seu personagem imitando as vozes desses conhecidos, o filme corta para diversos clipes que mostram esses conhecidos movimentando os lábios, fundindo a sua narração cômica com imagens mudas dessas pessoas. Isso é hilário e isso é pura comédia gráfica, um cineasta utilizando técnicas que apenas o cinema pode oferecer (corte, edição de vídeo e som, montagem) para fazer o público rir. Eu poderia perder bastante tempo falando mais sobre isso, mas se você quiser entender mais sobre o assunto de alguém perito nele, procure o vídeo do brilhante Tony Zhou sobre o trabalho do Wright.
Vários trechos de Homem-Formiga imortalizam o legado de Wright. Se você está vendo na tela algo que é engraçado e que não depende de uma fala para funcionar, provavelmente foi coisa dele. Aliás, as próprias transições nessas sequências de narração do Peña são idênticas às de Todo Mundo Quase Morto. Toda aquela brincadeira com proporções e com a perspectiva da batalha do terceiro ato? Coisa do Wright, claramente. E é isso que faltava num filme da Marvel: técnicas cinematográficas engenhosas. Pessoas tentando fazer coisas originais e espertas com uma câmera (ou com umsoftware de animação). A aventura de Scott no microverso não só é visualmente estonteante, como também tenta reproduzir formas e constantes que o cérebro humano não é capaz de compreender. Chega a lembrar a jornada cósmica de um certo astronauta num certo filminho de 68.
E é por isso que nada me deixa mais enojado do que saber que, apesar da sua rara habilidade de criar sinergia entre o cinema e o humor, Wright foi retirado da produção do seu próprio filme. Porque a Marvel queria que ele fosse americano. Com os ‘fortes’ valores familiares e as tendências melodramáticas americanas. Com os dramas familiares que apenas o país da democracia e da liberdade podem oferecer. Não, Homem-Formiga não podia ser uma grande piada de 2 horas de duração. Nós precisávamos de mecânicas sentimentais entre pais e filhas, nós precisávamos de conexões com a complexa mitologia do estúdio. Um filme ‘mais sério’.
Sobre o produto-final e a identidade do filme
Segundo Joss Whedon, o roteiro original de Edgar Wright era o melhor que já tinha sido escrito para a Marvel. E certamente não duvido. Conseguimos sentir a força do diretor aqui: toda a essência de heist film e a auto-ridicularização claramente são méritos do Wright. Toda a baboseira familiar e as terríveis conexões com os outros heróis da Casa de Ideias são coisas do estúdio.
O roteiro é bem Syd Field, como é padrão da Marvel. Você tem todo um primeiro ato sobre a contemplação do outsider e do seu potencial de redação e conquista, um segundo ato que tenta esculpir uma trama que revela preocupações com questões reais (espionagem industrial, tecnologia bélica) e um terceiro ato que, pelo menos neste caso, não é destoante, mas que funciona como a descarga que o script vinha acumulando com diálogos – que aqui, por acaso, também funcionam –. É um argumento bem mais americano e não é difícil imaginar o que teria sido inexistente na versão de Wright. Homem-Formiga sofreria do mesmo problema de escopo e aspiração à grandiosidade que os seus primos não tão distantes, não fosse a intenção intimista que Wright colocou por trás do texto original.
Só que a identidade do filme é bem quebradiça. A mistura é muito óbvia. O pace do filme é ótimo. Não é exatamente a pontuação temporal de videoclipe dos outros filmes do estúdio, mas também não é um Homem-Aranha do Sam Raimi. Há espaço para algum desenvolvimento da figura principal, mas uma boa parte do tempo é investido em relações entre os dois pais centrais do filme com as suas filhas. O filme acaba sendo afetado pelo mesmo tratamento deficiente que o Scott Lang dos quadrinhos recebe (e que ainda receberia, mesmo que o filme fosse totalmente conduzido por Wright): Lang não cresce. Nos quadrinhos, após perder a sua filha e liderar o Quarteto Fantástico (e chutar o rabo do Doutor Destino), Lang cresceu imensamente. Só para depois, na sua recente revista solo, voltar a ser um brincalhão irresponsável. O mesmo acontece no filme. Mas não podemos deixar de agradecer por Lang ser o herói-título e não Pym, já que não há espaço para um personagem tão shakespeariano e controverso quanto o Pym dos quadrinhos no mundo que a Marvel criou.

No fundo, o script é bom. Dá para ver porque Joss Whedon considerou a sua versão original o melhor roteiro da Marvel (não que isto signifique muito). É, de fato, um dos melhores do estúdio. Só que isso não é tão transparente assim. A aparição do Falcão, por exemplo, é possivelmente a coisa mais vergonhosa e ultrajante que já vi num filme do estúdio. A participação do herói é idêntica à uma página de quadrinhos e não num sentido que agrade. Até então, o filme estava contido. Referências aos Vingadores aqui e ali, mas nada de estapafúrdio. Até os produtores executivos decidirem que nós precisávamos de uma troca de sopapos entre o Homem-Formiga e um Vingador para, você sabe, as pessoas não se esquecerem de que nós estamos criando um mundo compartilhado e vivo. O coração de Wright deve ter doído durante esta sequência, se é que ele foi assistir ao filme.
E por falar nas sequências de ação, são quase todas impecáveis. Não são desenfreadas e apocalípticas como as conclusões dos outros filmes da produtora. Muito pelo contrário, aproveitam a microescala do herói para centrar grandes batalhas em maletas e no quarto de uma criança. Acredito que tenham sido os momentos de ação mais bem construídos do histórico do estúdio, precisamente por não serem tanto sobre ‘x está dando uma surra em y e ondas de choque estão derrubando prédios’, mas sobre o quanto podemos fazer com tão pouco se tivermos imaginação.
Mas quase tudo é furadinho e frágil. A construção do antagonista jamais é completa ou escapa do ‘ele é ruim porque é maluco, ele é maluco porque é ruim!’, algo também típico do estúdio e que teria funcionado, não fosse a sua necessidade de tentar justificar o maniqueísmo de Darren com uma carência paterna. Os personagens também se encontram em lugares improváveis e vestem uniformes tecnológicos avançados num piscar de olhos. E como tudo no filme, isto também poderia ter sido menos problemático, caso não fosse levado tão a sério. Como a formiga gigante que se torna o animal de estimação de Cassie, outra óbvia decisão de Wright.
E o que poderia ser maior…
Homem-Formiga poderia ser uma ótima comédia. Um filmaço, como gostamos de dizer. Poderia ser grande… Se fosse pequeno. Se houvesse menos ambição (ou melhor, pretensão). Se houvesse menos desespero para ser encarado a sério, menos amortecedores e muletas narrativas, menos exigências de conexão com outros super-heróis. Dramático demais. Se os chefões da Marvel Studios estivessem dispostos a inserir Scott Lang numa aventura tão ingênua e honesta quanto ‘De Volta Para o Futuro’, talvez este fosse o seu maior filme. O que há de errado com De Volta Para o Futuro, afinal? Será que precisávamos de mais drama e ‘emoção’ no momento em que Marty está prestes a ser apagado da existência?
Homem-Formiga é um filme divertidíssimo, mas que denuncia as preocupações patológicas que adquirimos com assuntos que não deveriam ser tratados de modo tão sério. Reflitamos, afinal: o que é mais assustador do que viver num mundo em que um cineasta é despedido do projeto a que se dedicava há anos porque o seu filme sobre um sujeito que encolhe e conversa com formigas não possuía tragédias familiares?
Mas vale o ingresso, sem dúvidas. Só se prepare para ter um pouco de tristeza por trás de cada riso justamente por saber o quão mais divertido e imaginativo Homem-Formiga poderia ter sido se o mundo não fosse tão sério.

[ATUALIZAÇÃO]

CRÍTICA MINHA SÉRIE

Crítica de Homem-Formiga: filme cresce à medida que herói diminui


Seguindo o sucesso de Vingadores: Era de Ultron nos cinemas, a Marvel muda completamente de escala para apresentar o menor herói da companhia – em tamanho, mas não em documento – com o Homem-Formiga.
A produção é certamente menor em termos de ambição e de aventura, com uma proposta muito diferente do que as obras anteriores do estúdio. Mas isso não significa que não tenha seus próprios méritos e desafios.
Homem-Formiga prova que tamanho não é documento. Fonte da imagem: Divulgação/Marvel Studios
Homem-Formiga funciona, em primeiro lugar, como uma história de origem de Scott Lang e seu mentor Hank Pym. A trama apresenta esses personagens, inserindo- os no Universo Marvel, e abre espaço ainda para uma nova dimensão (microcósmica) dessa diegese.
Não é pouco o que o roteiro precisa explicar ao público até embarcar de vez em sua aventura. Por conta disso, o longa-metragem tem muitas cenas introdutórias, especialmente no primeiro ato, que não fluem tão naturalmente na narrativa e que atrapalham um pouco o ritmo inicial do filme.
O roteiro precisa justificar as motivações dos personagens e imbuir a trama com emoção suficiente para manter os espectadores comprometidos com a história. Por isso, há uma necessária exposição sobre a relação de Scott com sua filha, que consome um tempo da narrativa.
Porém, depois que os personagens são apresentados e que as relações estão estabelecidas, o filme engrena. A estrutura principal da narrativa é, basicamente, a de uma trama de roubo, com uma equipe planejando a ação e reunindo os recursos necessários para completar a operação.

Quanto menor, melhor!

Nesse ato de roubo está outro desafio da narrativa: explicar o funcionamento do traje do Homem-Formiga, das partículas Pym e a comunicação com as formigas. Se nos quadrinhos acreditamos com mais facilidade nessas teorias, nos cinemas a crença com a história ocorre de maneira diferente – especialmente porque há um Universo Cinematográfico bem estabelecido com os fãs e que não poderia ser arruinado.
Felizmente, o filme acerta ao trabalhar com humor essa narrativa. O Homem-Formiga se insere com muito sucesso no mundo dos Vingadores e dos Guardiões da Galáxia. O segredo da Marvel é nunca levar seus filmes muito a sério e apostar na diversão e no entretenimento. A nova produção é uma das obras mais engraçadas do estúdio, com cenas de pura comédia e ironia.
Além do humor, o maior acerto da produção é o visual do mundo em miniatura do Homem-Formiga. A partir do momento em que Lang aciona pela primeira vez o traje, vemos sequências incríveis do herói em tamanho diminuto – se aventurando por tubulações, frestas, formigueiros, aspiradores de pó e até mesmo evitando ser pisoteado em uma discoteca!

As brincadeiras com relações de escala, aumentando ou diminuindo objetos do cenário, rendem as melhores cenas do longa-metragem, fazendo sempre o contraponto da ação com a comédia, da expectativa com a surpresa. O longa tira bastante proveito desse mecanismo, divertindo o público com ótimas piadas visuais até o último momento.
Invertendo a lógica, o Homem-Formiga consegue ser um filme diferente, possivelmente o menor do Universo da Marvel, mas seu tamanho apenas esconde seu talento. O longa prova que o estúdio não vive apenas da grandiosidade dos Vingadores e consegue produzir obras distintas e de estilo próprio.
VAMOS CURTIR NOSSA PÁGINA DE FILMES E SERIADOS GALERINHA BOA!!!

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