- Data de lançamento: 9 de abril de 2014 (EUA)
- Duração: 2 horas
Média IMDB: 6,9
Minha Nota: 10,0
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SINOPSE:
Joe Ransom (Nicolas Cage) é um ex presidiário que vive preso ao passado. Afundado na bebida e amargurado com a vida, ele começa a trabalhar em uma madeireira durante o dia, procurando uma vida simples. Durante seu período de trabalho, ele encontra com Gary (Tye Sheridan), um jovem de 15 anos, que procura trabalho desesperadamente para conseguir sustentar sua família, e cujo pai é alcóolatra. Joe decide proteger e cuidar do menino, oferecendo-o um trabalho. Em uma bela estória de redenção, os dois vão buscar reaprender a gostar da vida como espíritos livres.
PELO CENTRAL DOS FILMES
Sobre o filme Joe... É mais um filme do astro Nicolas Cage, produção que apesar de ter contado com um orçamento de apenas $4 milhões de dólares, foi apontada como o melhor trabalho do diretor David Gordon Green até agora, assim como uma das melhores atuações de Cage. A trama gira em torno de Joe (Cage), um ex-presidiário vindo de um passado realmente conturbado, que hoje convive com o fracasso de seu casamento enquanto também afoga suas mágoas na bebida. Joe, hoje trabalha limpando árvores em um parque florestal, e em um certo dia acaba encontrando com Gary (Tye Sheridan), um garoto de apenas 15 anos recém-chegado na cidade, que desesperadamente lhe pede emprego e é aceito no novo trabalho. Uma grande amizade entre os dois é formada, entretanto, tudo começa a sair dos eixos quando Joe confronta com a real situação de seu jovem amigo, que na verdade busca o sustento de sua própria família enquanto lida com um pai problemático, agressor e também alcoólatra.
Um fato curioso, é que David Gordon buscava algo tão real para interpretar o problemático pai de Gary, que acabou optando então por convidar um verdadeiro morador de rua para interpretar o papel. Os agentes saíram a procura da pessoa ideal pela cidade de Austin, Texas, local onde o filme foi filmado, e depois de conversarem com moradores locais, o ator Gary Poulter logo foi encontrado com alguns cortes na testa e com cara de quem tinha bebido.
Poulter que saiu das ruas para brilhar nas telas dos cinemas, infelizmente faleceu logo após o termino das gravações, em uma morte acidental por afogamento segundo os relatórios da polícia.
HOMENAGEM PÓSTUMA
Galeria de Imagens
Gary Poulter (16 de setembro de 1959 - 19 de fevereiro de 2013) era um homem americano conhecido por seu papel como ator ao lado de Nicolas Cage no de David Gordon Green 2013 filme Joe . Poulter estava sem casa, vivendo nas ruas de Austin, Texas, quando ele foi escalado para o papel de Wade, o pai alcoólatra abusivo de Gary, interpretada por Tye Sheridan.
Antes do lançamento do filme, Poulter foi encontrado morto na beira da Lady Bird Lake perto de um acampamento de desabrigados em 19 de Fevereiro de 2013.
Gary Poulter: um sem abrigo na vida real que brilhou em «Joe»
Quando a equipa técnica e elenco de Joe chegaram ao Festival de Toronto, alguém faltava. Falamos de Gary Poulter, o homem que dá vida a Wade (a.k.a. G-Daawg), o desprezível pai alcoólico e violento da personagem interpretada pelo jovem Tye Sheridan. A razão da ausência é simples: Poulter tinha falecido dois meses depois de ter terminado as filmagens de Joe e nunca viu o seu trabalho final no cinema.
Para conseguir uma maior autenticidade na sua desconstrução de personagens martirizadas e frustadas na América pobre e profunda, o realizador David Gordon Green optou por misturar atores com créditos firmados – como Nicolas Cage e Tye Sheridan – e alguns amadores. Gary Poulter foi um deles, um sem abrigo que John Williams e Karmen Leech, agentes de casting, descobriram nas ruas de Austin. Segundo Poulter, em afirmações durante as filmagens, ele não precisou de grandes trabalhos de caracterização: «No meu primeiro dia de filmagens fui tratar do cabelo e maquilhagem. Eu perguntei à caracterizadora, a Bridgette, se era preciso alguma coisa para mudar a aparência. Ela disse que não, que eu estava bem como era».
Contam os agentes que o primeiro contacto com o sem abrigo foi logo marcante. Eles estavam numa rua a falar com uma família que vivia nas ruas quando alguém gritou «não falem com eles». Esse grito veio de um homem com cerca de 50 anos, com uma ferida na testa, uns intensos olhos azuis e a nítida aparência que tinha estado a beber. Era o Wade que eles precisavam. «Ele tinha aquela personalidade e carisma que não encontras num ator que não tenha vivido isso», afirmou Gordon Green à EW.
Num artigo do Austin Chronicle, o jornalista Joe O'Connell escreveu um relato fascinante e detalhado da vida de Poulter. Este era um vagabundo que passou demasiado tempo a entrar e sair da reabilitação, com muitas detenções pelo meio, mas a sua história de vida não se resume a isso. Era fluente em japonês, passeou com uma feira ambulante e até teve pretensões em ser ator. Nos anos 80 foi figurante na série de TV Thirtysomething, mas o álcool, a decadência física e a doença limitaram-lhe as opções de uma vida longe das dependências. A sua morte por afogamento acidental, conforme diz o relatório da polícia, representaram um duro golpe para quem esperava que finalmente este homem encontrasse a sua redenção.
Um exemplo disso mesmo são as palavras de Maria MacGuire, irmã do falecido, que apesar do afastamento crónico e algumas palavras duras sobre o parente nunca o abandonou. Maria diz que conheceu «dois irmãos ao longo da vida: um cruel com quem cresceu e um carismático e charmoso a quem aprendeu a perdoar». Na adolescência eram muitas as vezes que Poulter trancava as irmãs na rua: «ele era um monstro», assegura. Porém, e à medida que cresceram e se tornaram adultos, MacGuire começou a ver o irmão – que chegou a ser diagnosticado como bipolar – com outros ollhos: «conheci-o de uma maneira muito diferente. A sua doença era muito mais forte que ele».
Poulter é Wade
A primeira cena de Joe coloca Tye Sheridan num "monólogo" com o seu pai, Wade, um homem que agiu mal e que «vai pagar por isso». Entre silêncios, uma violenta agressão termina a cena, dando ao espectador logo a entender o que nos espera.
Wade é um reflexo do interior da América pobre, um produto quer das circunstâncias – há poucas ou nenhumas saídas profissionais nestes locais – quer de más opções de vida e diversas dependências. A violência da sua personagem é algo instituído que sai com uma naturalidade e inevitabilidade assustadoras.
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FONTE: C7NEMA
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